ATA DA SEPTUAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 18.09.1996.
Aos dezoito
dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, na
Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre.
Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella,
Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi
Morelli, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Borba, Helena Bonumá,
Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin
Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do
Rosário, Mário Fraga, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro
Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo. Contatada a existência de
“quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que
fossem distribuídas em avulsos cópias das Atas da Vigésima Quinta Sessão Solene
e da Segunda Sessão Especial, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados:
pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 04 Pedidos de Providências; pela Vereadora
Clênia Maranhão, 01 Pedido de Informações n° 115/96 (Processo n°2305/96); pelo
Vereador Darci Campani, 02 Projetos de Lei do Legislativo n°s 138 e 139/96
(Processos n°s 2206 e 2207/96); pelo Vereador Luiz Negrinho, 01 Pedido de
Providências, 02 Projetos de Lei do Legislativo n°s 146 e 148/96 (Processos n°s
2342 e 2366/96); pela Vereadora Maria do Rosário, 02 Indicações n°s 69 e 70/96
(Processos n°s 2333 e 2334/96); pelo Vereador Mário Fraga, 01 Requerimento,
solicitando renovação de Votação do Projeto de Lei do Legislativo n°164/95
(Processo n° 2716/95); pelo Vereador Paulo Brum, 01 Pedido de Providências;
pelo Prefeito Municipal Ofício n° 419/96, comunicando que estará ausente de
Porto Alegre a partir das dezoito horas do dia dezoito de setembro, às vinte
horas do dia dezenove deste mesmo mês, em razão de viagem que realizará à Bagé
e Caxias do Sul. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios n°s 412 e 413/96, do Senhor
Prefeito Municipal, 170/96, da Senhora Marilene Pinho Faurl, Diretora do
Instituto de Educação General Flôres da Cunha, Cartões: da Senhora Iara
Wortmann, Secretária da Educação do Estado/RS, do Senhor João Luiz Vargas,
Deputado Estadual/RS, do Senhor Günther Staub, Secretário do Turismo do
Estado/RS, da Senhora Maria Thereza Druck Bastide, Diretora de Comunicação do
Grupo Habitasul e do Senhor Adilson Librelotto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Pedro Ruas, teceu considerações a respeito do estado de abandono em
que se encontra o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, por parte do poder público
municipal, e também da Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE, tendo em
vista a falta de luz. Em prosseguimento, o Vereador João Dib reforçou as
colocações feitas pelo Ver. Pedro Ruas em sua Comunicação de Líder e rebateu
matéria publicada no jornal Zero Hora do dia de hoje, que descreveu,
erradamente, conduta adotada por Sua Excelência, em Plenário, durante uma
Sessão. Em continuidade, o Vereador Antonio Hohlfeldt discorreu sobre as
eventuais vantagens de uma campanha eleitoral, tendo em vista a solução de
antigas reivindicações. A seguir, o Vereador Airto Ferronato criticou o
gabinete do Secretário da Secretaria Municipal dos Transportes, por desconhecer
a lei que autoriza os ostomizados a ingressarem pela porta dianteira dos
ônibus. Logo após, o Vereador Raul Carrion reportou-se ao convite feito ao
Secretário Estadual da Saúde, para tratar da situação do Hospital Psiquiátrico
São Pedro lastimando o não comparecimento do mesmo. Em prosseguimento, o Ver.
Reginaldo Pujol rebateu às acusações feitas pelo Vereador Raul Carrion,
justificando a ausência do Secretário Estadual da Saúde e, ainda fazendo
referência às atitudes que deverão ser tomadas, por parte do Governo Estadual,
em relação ao Hospital Psiquiátrico São Pedro. Logo após, o Vereador Guilherme
Barbosa teceu considerações sobre o não comparecimento do Secretário Estadual
da Saúde fazendo referência, ainda, às notícias veiculadas nos jornais de ontem
de que o Governo Federal incluiu, no rol das Empresas a serem privatizadas, o
Hospital de Clínicas e Conceição. Em continuidade, o Vereador Jocelin Azambuja
discorreu sobre as atitudes do PT, em relação as coligações com outros partidos
em época de eleições. Em continuidade, foi iniciado o período de PAUTA. Em
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo n°
47/96, discutido pelo Vereador João Dib; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo n°s 31, 120, 130, 141 e 142/96, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo n° 15/96, o Substitutivo n° 02 ao Projeto de Lei do Legislativo n°
139/94, os Projetos de Resolução n°s 22 e 24/96 e o Projeto de Decreto
Legislativo n° 06/96. Logo após, o Senhor Presidente apregoou Licença para
Tratamento de Saúde do Vereador Fernando Záchia, no dia de hoje. Constatada a
existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em continuidade, foi
aprovado Requerimento do Vereador Nereu D’Ávila, solicitando a inversão na
ordem de votação dos Projetos constantes na Ordem do Dia, com adendo do
Vereador José Valdir. Logo após, em Discussão Geral e Votação Nominal
solicitada pelo Senhor Presidente, foi aprovado, por vinte e nove Votos SIM, o
Projeto de Lei do Legislativo n° 107/96, votando os Vereadores Airto Ferronato,
Artur Zanella, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli,
Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana,
Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir,
Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Mário Fraga, Nereu D’Ávila, Paulo
Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton
Araújo. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo n°
74/96 que, após ser discutido pelos Vereadores Elói Guimarães, Edi Morelli,
Jocelin Azambuja, Henrique Fontana, Luiz Braz, Raul Carrion, Reginaldo Pujol,
João Dib, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, foi aprovado Requerimento do Vereador
Nereu D’Ávila, solicitando o adiantamento da discussão do Projeto, por duas
Sessões, após ser encaminhado a votação pelos Vereadores Nereu D’Ávila, Luiz
Braz, Raul Carrion, João Dib, em votação nominal solicitada pelo Ver. Dilamar
Machado, por dezessete Votos SIM, votando os Vereadores Airto Ferronato, Clovis
Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Helena Bonumá,
Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro
Hagemann, Luiz Braz, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal e Raul
Carrion. Às dezesseis horas e cinqüenta e seis minutos, constatada a
inexistência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta
feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac
Ainhorn e Edi Morelli e secretariados pelos Vereadores Edi Morelli, Elói
Guimarães, Mário Fraga e Dilamar Machado, como Secretários “ad hoc”. Do que eu,
Fernando Záchia, 1° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor
Presidente.
ERRATA
ATA DA
SEPTUAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA DA DÉCIMA
PRIMEIRA LEGISLATURA - 18.09.1996.
- O resultado
de votação do Projeto de Lei do Legislativo n° 107/96, deve ser alterado de
“vinte e nove Votos SIM” para “vinte e oito votos SIM”.
- No
referente ao registro da discussão do Projeto de Lei do Legislativo n° 74/96,
onde se lê “(...)após ser discutido pelos Vereadores Elói Guimarães, Edi
Morelli, Jocelin Azambuja, Henrique Fontana, Luiz Braz, Raul Carrion, Reginaldo
Pujol, João Dib, Paulo Brum, Pedro Américo Leal(...)”, leia-se “(...)após ser
discutido pelos Vereadores Elói Guimarães, Edi Morelli, Jocelin Azambuja,
Henrique Fontana, Luiz Braz, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e João Dib(...)”.
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn): O
Ver. Pedro Ruas está com a palavra em tempo de Liderança.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, nos últimos dias, em especial nesta semana que finda no próximo
domingo, nós temos tido a honra de conviver com representantes da cultura
rio-grandense, da cultura-gaúcha, ao lado da Câmara Municipal, na Estância da
Harmonia, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Tenho regularmente visitado
esses companheiros que ali estão acampados e no domingo, Ver. Giovani Gregol -
sei que V. Exa. é muito interessado nesse tema - verifiquei, a pedido das
pessoas que estão acampadas, vários e vários problemas que, ao longo do ano,
têm acontecido, têm-se mantido e que estão agravados agora, Ver. Paulo Brum, em
função de que as pessoas estão ali acampadas, e esses problemas ficam bem mais
sérios. Não se entende por que, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, mais
precisamente da Estância Harmonia, Ver. Gregol, nós não temos, há muito tempo,
qualquer cuidado do Poder Público e, em especial, da Prefeitura Municipal, mais
particularmente, da SMAM, na medida em que não existe qualquer infra-estrutura
para que as pessoas possam ali acampar e representar, como fazem, com altivez e
dignidade, as nossas tradições; e, para se ter uma idéia disso, basta ver que,
há muito tempo, se pede que haja algum tipo de aterro, que pelo menos nivele
aquela área à altura da calçada, que tem um metro e meio de diferença e, com
qualquer chuva, está alagando os acampamentos; tem água empossada, focos de
mosquito; há um valão que há anos e anos se perpetua ali.
Numa área daquele tamanho, nós temos ao todo - e me dei ao trabalho de
contar - 6 churrasqueiras. Nós não temos nenhuma lixeira! Durante o ano, aliás,
não há serviço de recolhimento de lixo, nenhum tipo de serviço. Nós temos um
banheiro masculino e um feminino em toda a área. No domingo passado, Ver. João
Dib, havia filas de 50 metros - contadas por este Vereador - em cada um dos
dois banheiros, 50 metros de fila! Nós temos lixo amontoado em toda área da
Estância da Harmonia.
Há uma situação muito grave - e essa não é do Município - que é a
questão da luz, da eletricidade. Nós temos um gerador em precárias condições.
Não há rede elétrica e aí, sim, entraria a SMOV. As pessoas têm que puxar luz
através de fios, uma situação de risco inclusive.
Por que acontece tudo isso? A Estância da Harmonia é um símbolo da
tradição gauchesca e um santuário ecológico, Ver. Giovani Gregol, V. Exa.
muitas vezes definiu assim essa questão. E é verdade! Símbolo de Porto Alegre,
da nossa cultura, cartão-postal da Capital do Rio Grande, aquela área está
abandonada como se não fosse de ninguém, como se ninguém devesse prestar contas
em relação a ela. O que acontece ali? Será que é fruto da rejeição do projeto
do sambódromo? Será que é fruto de alguma ação política que o Governo Municipal
pretenda abandonando o Parque? Qual é a explicação para tudo isso?
Nós, Vereadores, assim como todo o povo do Rio Grande representado na
Capital pelos que estão acampados ali na Estância da Harmonia queremos
explicação: porque o Parque Maurício
Sirotsky Sobrinho e a Instância do Harmonia estão abandonados, num desrespeito
ao povo da Capital, aos gaúchos e à cultura Rio-Grandense? Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra, em Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, não tivesse o Prefeito desta Cidade viajado 188 dias, ou seja,
viajado meio ano num período de três anos e nove meses, e dedicado esses 188
dias à Instância da Harmonia, V. Exa. pode ter certeza de que esses problemas
estariam resolvidos. Cento e oitenta e oito dias! Depois, nós criticamos o
Presidente Fernando Henrique Cardoso e o Governador Antonio Britto.
Lembro-me agora, da matéria publicada, hoje, na “Zero hora”, que afirma
que eu disse ao Presidente: “V. Sa. é muito moço para me dar aula”. Eu não
disse isso. Disse que ele não tinha competência para me dar aula. Quando
informa que eu “pedi uma cópia aos berros”, errou; não pedi aos berros, pois
quem berra não é ouvido. Eu falei com clareza, insistindo no direito que tenho.
Enquanto o Presidente usar do microfone e de sua voz em tom elevado, não vou
deixar por menos: vou levantar a minha voz, ainda que sem microfone, pois nasci
com o pulmão muito forte.
Mas, Sr. Presidente, também não entendo quem deu à “Zero Hora” as
informações sobre o poder do Vereador: “decidir sobre a alienação dos imóveis
do Município”. Esqueceram os doutos informantes que, também para a aquisição de
imóveis para o Município, o Vereador tem poder de decisão. É por isso, talvez,
que ainda não vi o ofício que solicitei à V. Exa. fosse encaminhado ao Prefeito
e ao Tribunal de Contas, este último proposto por V. Exa.
Leio que, dos 46 projetos dedicados à denominação de ruas, títulos
honoríficos, homenagens ou declaração de utilidade pública, nove desses
projetos são meus. Parece que sou recordista, não sei se é porque eu sempre
digo que nós não precisamos de leis. Na realidade, eu fiz um projeto de lei no
dia em que o preço do combustível foi declarado livre, para que a população
pudesse identificar os custos dos diferentes postos. Foi tão correto o projeto
em abril, que apresentei - solicitei urgência, urgentíssima - na semana passada
foi votado, por unanimidade, que o próprio Governo Federal apresentou uma
resolução idêntica àquele meu projeto de abril.
A grande imobiliária da Cidade, apesar dos 188 dias da viagem do Sr.
Prefeito, continua funcionando. Ela está proporcionando a oportunidade de
surgirem novos “Shopping Centers”, negociando, porque a imobiliária vende tudo:
o ar, o “Shopping Center” da 24 de Outubro, o que será um desastre. Não sei
qual é o outro interesse além da Eudoro Berlink, que já está pavimentada, o que
é uma aberração, até porque vai ter que passar num funil de sete metros para
contrapor com uma pista de 14 metros. Tenho a impressão de que deve haver
alguma confusão.
A imobiliária prefeitural vendeu outro “shopping” na Olavo Barreto
Viana, uma imobiliária que agora está correta porque traz uma medida que vem ao
encontro da nossa Cidade, mas mesmo assim isso teria que passar por esta Casa.
A imobiliária está trocando um “shopping center” pelo alargamento da Av.
Goethe, alargamento que não foi feito, porque, na época, os ambientalistas
impediram que o Pref. Thelmo Thompsom Flores derrubasse aquelas árvores. Mas
para a Prefeitura de hoje não há problema: no Parcão, árvores são derrubadas
para fazerem sete metros de pista e, agora, nessa negociação prefeitural, devem
derrubar árvores. Acho correto derrubar para plantar outras mais bonitas na Av.
Goethe. Negócios são negócios, viagem é viagem, já dizia Marco Polo. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, tendo em
vista a importância do tema que foi abordado na última Sessão Ordinária, por
interpretação do Regimento Interno, bem como baseada no Parecer da douta
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal, aprovado por
unanimidade e, posteriormente, aprovado no Plenário desta Casa, a Mesa lembra,
mais uma vez, a V. Exa. que o Projeto que se encontra na Ordem do Dia, ou pelo
art. 81 da Lei Orgânica do Município, pode sofrer adiantamento das suas
discussões e no seu processo de votação, ambos nos limites regimentais de cinco
vezes cada um, espero que V. Exa. já tenha recebido as certidões e documentos
necessários relativos a esse assunto.
Registro a V. Exa. que sobre a questão da aquisição do imóvel por parte
da Prefeitura um Parecer foi lavrado
pelo Ver. Elói Guimarães e aprovado no âmbito da Comissão de Constituição e
Justiça, afirmando que a aquisição de imóveis dispensa a autorização da Câmara.
Esse Parecer que foi rejeitado pelo Plenário. Tendo em vista a rejeição pelo
Plenário, do Parecer da douta Comissão de Justiça em relação a essa matéria,
entendeu-se de oficiar, elaborar e redigir um documento enviando-o ao Tribunal
de Contas do Estado, para que instale inspeção em relação a essa negociação.
Informa ainda a V. Exa. que não definiu se a inspeção é ordinária ou
extraordinária, deixando a critério do Tribunal de Contas do Estado qual delas
deva ser feita.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): A
Questão de Ordem refere-se à informação trazida por V. Exa. a este Plenário e
dirigida a este Vereador. V. Exa. disse que eu recebi cópia de uma Questão de
Ordem levantada, discutida e aprovada por unanimidade na Comissão de Justiça,
que seria igual ao Projeto que exaltou os ânimos na quarta-feira passada. Devo
confessar a V. Exa. que não são iguais, a Questão de Ordem foi formulada por V.
Exa. e não tem nada paralelo, idêntico ao que está ocorrendo. Eu poderia
discutir por muito tempo, mas não é isso.
O SR. PRESIDENTE: A Questão de Ordem deve ter
uma natureza concisa e objetiva, Vereador.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem):
Sim, eu já fiz a minha Questão de Ordem. Quero que V. Exa. diga por que trouxe
o Parecer. Eu queria aproveitar a oportunidade para agradecer a V. Exa. a
comunicação sobre o Ofício.
O SR. PRESIDENTE: Agradeço os votos levantados
pelo Ver. João Dib quanto à segunda parte e mantenho as posições quanto à
primeira, respeitosamente, como tem sido a relação com este Vereador e com os
demais Vereadores.
Liderança com o Ver. Antonio Hohlfeldt , pelo PSDB.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, no âmbito de uma campanha muitas vezes se consegue resolver
questões e reivindicações que, às vezes, ao longo de anos não são resolvidas.
Dias atrás, o programa eleitoral do PPB, através da Deputada Maria do
Carmo, levantava uma questão de uma Vila, e vinte e quatro horas depois, a
Administração Popular estava resolvendo o problema. Programas depois, a
Deputada Yeda Crusius levantava, também uma questão de uma comunidade e, praticamente,
24 horas depois a Administração estava providenciando. Essas são as vantagens
eventuais de uma campanha eleitoral. Se a Administração não atende ao longo dos
anos, às vezes, acaba atendendo em 24 horas para não ser cobrada através da
propaganda eleitoral. Pois eu quero trazer uma questão que, a valer o
posicionamento dos técnicos da SMT e do próprio Secretário Luiz Carlos Bertoto
com quem falei na quarta-feira passada, no âmbito da campanha, madrugando,
estando lá na porta da SMT, panfleteando, como a gente costumou sempre fazer,
me parece que o encaminhamento é absolutamente absurdo. Eu quero, no mínimo,
deixar, aqui, registrado este absurdo para que possamos cobrar isto
posteriormente, seja quem for o próximo Prefeito.
Eu quero falar a respeito da ausência de ônibus no Bairro Humaitá e,
muito especialmente, da negativa categórica da Secretaria Municipal de
Transportes, da Cia. Carris Porto-alegrense em estender o Terminal da Linha T2
da Carris do local atual, que é o cruzamento da Av. Farrapos com a Av. A. J.
Renner, debaixo da Elevada do Trensurb até onde existe passageiro de fato: no
bairro Humaitá. Estivemos lá, durante a semana passada, visitamos várias
famílias e a reivindicação é sempre a mesma: sentem-se frustrados, porque a
Administração Popular há 4 anos não dá resposta a pelo menos uma dezena de
ofícios, requerimentos e processos encaminhados, formalmente, pela associação
de moradores para estender a linha T-2, que fica distante, mais ou menos, 2 Km
do bairro Humaitá. É absurdo, pois as pessoas que moram no Humaitá pegam o
carro, vão 2 Km adiante, até o cruzamento da Av. Farrapos com a A. J. Renner,
largam o carro na garagem e pegam ônibus. Elas não têm como ir para a Zona
Norte, não existe linha de ônibus. A Carris, simplesmente, nega-se a fazer a
extensão da linha. Conversei com a Carris, com o Sec. Bertoto e me explicaram:
“Não dá para fazer a extensão, porque teremos que colocar de quatro a seis
ônibus”. E a Carris não dispõe de frota nova para fazer esse atendimento. No
meu tempo e no seu, Ver. José Valdir, cobrávamos dos Prefeitos e do PT esse
absurdo.
Se a Carris não cumpre que vá para lá outra empresa, qualquer uma.
Agora é um absurdo que duas mil famílias, cerca de 8 a 10 mil pessoas, não
dispõem de um ônibus alternativo para a Zona Norte - que seria o T-2, porque a
CARRIS não tem dinheiro para comprar ônibus novos e fazer a extensão de 2 Km na
linha para atender à comunidade.
É uma linha de 2 Km antes para atender a demanda de quem vem de fora de
Porto Alegre e desce na estação do Trensurb, que está ali, lota os ônibus, e
vai para onde bem quiser. Agora, o morador, o contribuinte de Porto Alegre,
não. Ou vai a pé, andando os 2 Km, ou pega o Navegantes, que passa de não sei
quanto tempo, ou vai de carrinho até a esquina, larga e depois pega o ônibus. O
Secretário Bertotto, com quem eu tive a alegria, a honra de trabalhar, quando
foi meu supervisor, me respondeu com a maior tranqüilidade, na quarta-feira
passada, que não dava para estender a linha, porque não tinham ônibus na Carris
e ia depender dessa reorganização da Zona Norte. Reorganização que já estava
planejada quando eu assumi a Secretaria em 1989, há 8 anos atrás. Eu não duvido
que já fosse do tempo do então Prefeito Dib, a discussão com as empresas da
Zona Norte. Há uns 14 anos, o Bairro Humaitá espera a extensão da linha T-2.
Depois se diz que Porto Alegre vai bem. Não para o Bairro Humaitá que tem que
andar a pé, infelizmente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Edi
Morelli): O
Ver. Fernando Záchia solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje.
A Mesa convoca o Suplente Clóvis Brum para substituir o Ver. Fernando
Záchia, nos termos regimentais.
A Mesa apregoa, também, o Requerimento do Sr. Prefeito Municipal
solicitando afastamento, conforme cópia em anexo.
“Of. n° 419/GP
Paço dos Açorianos, 17 de setembro de 1996.
Senhor Presidente:
Dirijo-me a Vossa Excelência para, ao saudá-lo respeitosamente,
comunicar que estarei ausente de Porto Alegre a partir das 18 horas do dia 18,
às 20 horas do dia 19 de setembro, em razão de viagem que realizarei à Bagé e
Caxias do Sul.
A viagem será sem ônus para o Município, e procederei o devido desconto
na minha remuneração. Durante minha ausência, responderá pelo expediente
administrativo da Prefeitura, o Secretário do Governo Municipal, Cezar Alvarez.
Ao ensejo, reitero meus cordiais cumprimentos.
(a) Tarso Genro, Prefeito.”
O SR. JOÃO (Esclarecimento): Sr. Presidente, para um
esclarecimento: V. Exa. lê a comunicação que o Prefeito faz a esta Casa de que
vai viajar. Evidentemente que ele não diz a que título ele viaja, nos 188 dias
que já estão aqui. Eu já vou chegar a 190, porque ele vai fazer campanha em
Caxias do Sul para o Pepe Vargas; em Bagé não sei para quem...
O SR. PRESIDENTE: Respondendo a V. Exa.: (Lê)
“A viagem será sem ônus para o Município e procederei o devido desconto da
minha remuneração”.
O SR. JOÃO DIB: Isso não responde. O
Prefeito tem obrigação com a Cidade dele.
O SR. RAUL CARRION (Questão
de Ordem): Nós
temos prevista para hoje, às 14h30min, a presença do Secretário Estadual de
Saúde, Germano Bonow mediante convite. Como já são quase 15h, gostaria de um
esclarecimento.
O SR. PRESIDENTE: Estamos aguardando a
presença do Secretário.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO FERRONATO: Senhor Presidente e Srs.
Vereadores. Procede a posição do Ver. Antonio Hohlfeldt, porque há muito tempo
estamos pedindo aquela extensão da linha de ônibus, e não estamos conseguindo.
(Lê): “Lei 5.178/92: Ficam as pessoas ostomizadas autorizadas a entrar
pela porta da frente dos ônibus no Município de Porto Alegre. Parágrafo único:
Para os efeitos dessa Lei, ostomizado é a pessoa que, em decorrência de
procedimento cirúrgico, está obrigada ao uso de bolsa coletora de fezes e
urina. Art.2°: a apresentação ao motorista da carteira social expedida pela
Associação Gaúcha de Ostomizados assegura ao portador a entrada pela porta da
frente do veículo. Art.3°: o ostomizado que entrar pela porta da frente pagará
a passagem diretamente ao motorista, em espécie ou mediante vale-transporte.
Parágrafo único: Sendo o pagamento efetuado em espécie, fica o beneficiado
obrigado a entregar ao motorista o valor exato da passagem, para que o
motorista não precise dar troco.”
Essa lei foi sancionada pelo Prefeito Olívio Dutra em 03.10.92. Uma
espécie de propaganda tem-se feito no rádio e jornais de Porto Alegre sobre
ela. Recebi, agora, à tarde, uma ligação da Senhora Cleusa, ostomizada. Ela
esteve com a carteira social na SMT para informar-se a respeito da entrada pela
porta da frente dos ônibus, e lá no gabinete do Secretário da SMT, disseram que
não conhecem a Lei. Se o gabinete não conhece a Lei, que se demitam todos,
porque, na verdade, é indispensável que se dê um tratamento adequado às pessoas
de Porto Alegre e é preciso que as Secretarias do Município acompanhem as leis
que aqui se aprovam, porque se houve a sanção do Prefeito Municipal de Porto
Alegre é porque houve uma aquiescência, uma posição favorável do Executivo.
Estamos pedindo ao Executivo Municipal e a atenção toda especial do nosso
embaixador para que acompanhe esse processo lá no Executivo. Não vamos admitir
que se repita a mesma coisa, porque estamos divulgando na nossa campanha uma
lei que fizemos, que desde 1992 está em vigor em Porto Alegre. Vamos exigir o
respeito dos órgãos da Secretaria do Município para que não respondam coisas
que não sabem. Isso prejudica a Câmara, a nós, e , em especial, a Cidade de
Porto Alegre. A nossa observação e o nosso pedido para que o nosso embaixador
entre em contato com o Executivo para que se faça a devida correção no
Executivo Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado.
( Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está com
a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Senhor Presidente e Srs.
Vereadores. O que me traz para falar em tempo de liderança, pelo PC do B, é a
vinda do Secretário Estadual da Saúde, convidado por esta Casa, por uma decisão
da maioria dos Vereadores, em 10.06.96, para tratar da Reforma Psiquiátrica no
Rio Grande do Sul e para falar sobre a desativação do Hospital Psiquiátrico São
Pedro.
Tivemos a informação, por expediente desta Casa, que o Secretário
agendou para hoje às 14h30min. São 15h, e sabemos extra-oficialmente que o
Secretário negou-se a vir, apesar de previamente agendado. Como se diz: “Correu
da raia”. Queríamos dizer que a situação do Hospital São Pedro, do Instituto
Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso é tão grave que o Sr. Juiz de Direito - o
Dr. Luiz Augusto Coelho Braga - da 2ª Vara da Fazenda Pública, 2° Juizado, deu
uma decisão, no dia 02.09.96, concedendo uma liminar contra o Governador do
Estado, contra o Secretário da Saúde, da qual vou ler, rapidamente, algumas das
fundamentações e depois a decisão:
“Pelos documentos juntados e os pesquisados constato, portanto, que o
procedimento adotado pelo Governador do Estado, pelo seu Secretário de Estado
da Saúde e do Meio Ambiente e pelo Diretor Geral e Responsável Técnico do
Hospital Psiquiátrico São Pedro, não está delineado para o que objetivam.”
“Com a desativação do Hospital Psiquiátrico São Pedro e do Instituto
Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso, obterão transtornos e danos irreparáveis
aos 699 pacientes que lá estão internados, visto que muitos já não possuem
vínculos com suas famílias, além do que estão adaptados naquela região;
eventual mudança, que não tenha o acompanhamento de especialistas da área de
psiquiatria, poderá trazer a morte àqueles pacientes. Por outro lado, também
não está claro o destino do imóvel em que estão instalados os hospitais, após a
sua desativação.”
“Com isso, o objeto da ação popular está evidente, qual seja o ataque
aos atos considerados ilegais e lesivos ao patrimônio público e à saúde
pública”.
Nós teríamos muitas outras questões para levantar; mas creio que isso
já é suficiente. Vamos comentar rapidamente, algumas: 29 ou 30 pacientes -
existe uma dúvida - internados na Unidade Juliano Moreira que funcionava na Av.
Salvador França, 1707, foram transferidos para o Hospital São Pedro, regredindo
em termos da política de reforma psiquiátrica, que é exatamente tirar do
manicômio e colocar em unidades mais próximas da comunidade. Essa Unidade foi
desativada. A enfermaria do Serviço de Admissão - ESA - foi desativada em 12 de
junho de 96; ela tem capacidade para 150 leitos; reaberta, posteriormente, com
uma quantidade menor, no último dia 5 de agosto foi desativada definitivamente.
Temos conosco um abaixo-assinado do Setor de Enfermagem do Hospital relatando
as perseguições que estão sendo feitas a esses funcionários. O ESA foi
desativado por aplicação do PDV, ou seja, pela demissão de funcionários
indispensáveis para a sociedade.
Entendemos por que o Sr. Secretário não veio. Porque é incapaz de
sustentar esta política que lesa a saúde pública do Estado do Rio Grande do
Sul. Não tem condições de encarar uma discussão nesta Câmara!
Queremos lembrar as estarrecedoras notícias que saem hoje na imprensa:
uma delas sobre a privatização proposta pelo Governo Federal do Hospital
Conceição e do Hospital de Clínicas, mostrando que a entrega do patrimônio
público deste País - que é feita em
nome de melhor atender à saúde - é a maior mentira deste País. Até os hospitais
estão sendo vendidos, e existem denúncias de que o próprio Hospital
Psiquiátrico São Pedro será vendido para os interesses imobiliários desta
Cidade... Seriam vendidos os dezesseis hectares que a Princesa Isabel entregou
para atender os deficientes mentais deste País. Fica o nosso repúdio em nome da
Bancada do Partido Comunista do Brasil. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol, em Comunicação de
Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, há poucos minutos foi entregue ao Presidente da Casa, pelo Dr.
Carlos Albano, Secretário Substituto da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente do
Estado, um ofício dirigido ao Presidente do Legislativo de Porto Alegre, no
qual o Deputado Germano Bonow, titular daquela Pasta, informa as razões pelas
quais não comparece a esta Casa no dia de hoje, atendendo a um convite que
havia sido formulado por este Legislativo após contatos que se realizaram e que
tinha a concordância prévia do titular da Pasta de Saúde do Estado do Rio
Grande do Sul.
A razão exposta no ofício é muito simples. Porto Alegre não desconhece
que no dia três de setembro foi interposta uma ação em que o Estado do Rio
Grande do Sul e a Secretaria do Meio Ambiente são chamadas a juízo para
justificar fatos cuja ocorrência é negada pelas autoridades de saúde pública do
Estado, mas que ensejam uma ação judicial que gerou a liminar comentada da
tribuna pelo ilustre líder do Partido Comunista do Brasil. Entende o Sr.
Secretário da Saúde e o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, especialmente
aqueles que se vinculam à área da saúde pública, que a existência de um
processo judicial coloca naturalmente “sub judice” e que qualquer manifestação
pública, antes que a resposta judicial seja oferecida pelo Governo do Estado do
Rio Grande do Sul, seria uma desconsideração com o Poder Judiciário e - por que
não dizer? - um erro estratégico de defesa, já que o Governo impugna, em todos
os termos, a ação proposta e entende que a liminar concedida é inócua, que se
destina a cancelar atos que jamais foram praticados e sequer pensados.
Nesse particular, Sr. Presidente, não pretendo polemizar sobre assunto
tão sério, quero afirmar, em nome do Dep. Germano Bonow, em nome da Secretaria
de Saúde do Estado e em nome do próprio Governo do Estado, que a Secretaria de
Saúde e Meio Ambiente do Estado não desativará, desocupará ou alienará o
Hospital Psiquiátrico São Pedro. Qualquer afirmação em contrário é mera
especulação - algumas maldosas, outras de má-fé, quando não eleitoreiras.
Contra essas, temos o dever - até porque companheiros de Partido do Dep.
Germano Bonow e solidários com as suas posições - de declarar, em alto e bom
som, que efetivamente não ocorrerão, por parte da Secretaria de Saúde, essas
atitudes que geraram precipitadamente o ingresso de ações judiciais que se
destinavam a tentar obter a suspensão de atos não praticados. Além de não terem
sido praticados, não o serão, porque não se encontram entre as decisões
administrativas do Governo do Estado na área de saúde pública. Todos, nesta
Casa, sabem que, por disposição da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul,
a política de atendimento na área psiquiátrica terá que ser alterada com novas
formulações, decorrentes do predomínio, por parte da Constituinte gaúcha, de
posições que, se válidas, corretas ou não, não cabem ser discutidas, eis que
normas constitucionais. Isso não implica que não se possa afirmar o que hoje,
aqui, estou afirmando, que com relação ao Hospital Psiquiátrico São Pedro, à
área de 16 hectares localizada entre as avenidas Bento Gonçalves e Ipiranga,
não ocorrerá, por parte da Secretaria da Saúde e Meio Ambiente do Estado,
nenhum ato que envolva a sua desocupação, desativação ou alienação. Por
conseguinte, está dito claramente que essa área não será vendida a ninguém,
porque não é isso o que se pensa com relação ao assunto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO
(Esclarecimento): É uma informação, tendo em vista que este tema que está sendo tratado é
também pauta de um ofício recebido pela Comissão de Saúde, a qual presido. É um
ofício encaminhado pelo Secretário de Saúde, Dr. Germano Bonow, em que ele
justifica à Comissão que não pode comparecer hoje nesta Casa, tendo em vista
que as informações que seriam prestadas sobre a Instituição Psiquiátrica do
Hospital São Pedro é uma matéria que encontra-se “sub judice”. Tendo em vista
que o Sr. Secretário já esteve em nossa Comissão prestando esclarecimento em
outras oportunidades, justifica e esclarece, no mesmo ofício, que essa
Secretaria não desativará, desocupará ou alienará o Hospital Psiquiátrico
Forense, colocando-se à disposição da Casa e da Comissão, posteriormente à
resolução dessa questão na Justiça, para prestar quaisquer informações.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver.
Guilherme Barbosa em Comunicação de Líder.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o Deputado e Secretário Germano Bonow, homem educado, se dirigiu à
Casa explicando a razão por que não aceitou o convite formulado. Eu acredito
que não há razão suficiente para não ter vindo aqui. Se está “sub judice” o
assunto, isso não impede que venha à Casa, que representa o povo de Porto
Alegre, discutir o assunto. Gostaria que, de fato, o Sr. Secretário tivesse
razão no que afirma no ofício, porque em relação aos fatos que estão, lentamente,
acontecendo no Hospital Psiquiátrico São Pedro, digo o contrário, é uma velha
tática de enfraquecer a entidade para, depois, justificar a sua extinção.
Quero fazer uma reflexão sobre notícias que, ontem, os jornais
trouxeram, já aqui mencionadas, pelo Ver. Raul Carrion, de que o Governo
Federal incluiu, no rol das empresas a serem privatizadas, os Hospitais de
Clínicas e Conceição. A decisão do Governo Federal seria baseada no ato de que
essas entidades públicas não fazem parte da relação de iniciativas primordiais
do Governo Federal. Ficamos, às vezes, desanimados. Todos sabemos do papel
fundamental que esses dois hospitais têm com a população de Porto Alegre, do
Estado, de outros Estados brasileiros e, de repente, lêem-se, ouvem-se
informações como essas. O Hospital Conceição possui postos avançados que já vêm
atendendo a população dessa Cidade há muito tempo. É, com certeza, um serviço
que a população reconhece de alta qualidade, indo ao encontro dos cidadãos,
inclusive nas suas residências, e se ouve dizer que essa não é uma atividade
primordial do Estado brasileiro, e que, portanto, tem que vender esses
hospitais. Vejo que o Ver. Reginaldo Pujol está na Mesa. Vou fazer um discurso
político-eleitoral, sim; não eleitoreiro, mas eleitoral. Ao mesmo tempo em que
se vêem medidas do governo do PSDB, do PFL, apoiado por setores do PTB, do
PMDB, ouvem-se aqui candidatos desses Partidos dizerem que a saúde será
prioridade no seu governo em Porto Alegre. Como vamos acreditar nisso? Como é
possível acreditar nisso, quando o Ministro Adib Jatene tem que quase se
humilhar para conseguir recursos?
O SR. REGINALDO PUJOL
(Questão de Ordem): Tendo em vista que tenho procurado respeitar o Regimento, e, como
Secretário, estando na Mesa, fui convocado a vir ao Plenário. Consulto a Mesa
se, estando o orador em tempo de Liderança, existe uma forma regimental pela
qual eu possa participar do debate proposto.
O SR. PRESIDENTE: Essa não é uma Questão de
Ordem, é uma consulta. Informo a V. Exa. e ao Plenário que, em tempo de Liderança,
não são permitidos apartes.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Ao mesmo tempo em que se lê,
se ouve esse tipo de proposta de vender dois hospitais dos mais importantes da
Cidade, candidatos desses mesmos partidos, dizendo que a saúde pública vai ser
prioridade em Porto Alegre. Vê-se que o Governo do Estado não investe mais do
que 2% na saúde, enquanto no Município investe-se 13% e, às vezes, mais no
orçamento municipal. Como, de fato, a classe política pode ter o respeito, na
sua totalidade, do povo brasileiro, quando se escutam e se vêem coisas como
essas? Não é possível, não há explicação para isso. Ver. Reginaldo Pujol, V.
Exa. está realmente convocado ao debate para explicar, se é que vai conseguir,
à população de Porto Alegre como é que o seu governo pretende vender dois
hospitais dos mais importantes para a Cidade, e a sua candidata à Prefeitura
diz que saúde é prioridade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em Comunicação de Liderança,
o Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, os moralistas, os éticos petistas do Rio Grande do Sul, tomaram uma
decisão interessante: não querem coligação com outros partidos, entre eles o
PTB. Interessante que na eleição passada viviam atrás de nós, cobrando o nosso
apoio às eleições municipais, e vários Vereadores de nosso partido apoiaram o
candidato, na época, à Prefeitura, Tarso Genro, e o PT batia palmas para nós.
Agora, tão éticos e tão moralistas que são, numa atitude autoritária e
desrespeitosa ao processo democrático, destituíram vinte e dois diretórios
municipais, porque eles quiseram fazer coligação com o PTB, com o PMDB.
Os petistas se consideram tão absolutos e tão acima de todos os
outros que não precisam da convivência democrática. Claro que as suas origens,
as suas filosofias de partido único, já existia lá no Leste Europeu, continua,
ainda, fortalecendo as ações do Partido dos Trabalhadores, que mostra um grande
primarismo político. Mas esses éticos e moralistas têm que explicar, e ainda
não explicaram, a concorrência feita aqui no Arroio Dilúvio. Estou aguardando o
pronunciamento dos Vereadores para pedir uma CPI para investigar a imoralidade
da concorrência: o jogo de cartas marcadas que beneficiou uma empresa que não tinha
nenhuma estrutura para poder fazer a dragagem
do Arroio Dilúvio. Não explicaram até agora, porque não tem como
explicar, que incluíram, nos convites da concorrência, empresas que nem tinham
caçambas para transportar; empresas que nem trabalhavam em Porto Alegre, num
jogo de cartas marcadas em que uma empresa que, numa primeira concorrência,
apresentou um custo de 50 mil reais, na segunda ganhou a mesma concorrência.
Claro, aí concorrendo com empresas que não tinham nenhuma classificação para
estar naquela concorrência, com empresas em que só atende uma secretária
eletrônica. As coisas são muito bem montadas e os éticos e moralistas até agora
não explicaram, mas são todos metidos a condenar os outros.
Não olham para si mesmos, como também não conseguiram me explicar, até
agora, por que as crianças lá do loteamento Timbaúva, lá no Rubem Berta,
crianças de 7, 8, 9, 10 ou 11 anos de idade não tiveram uma aula sequer foram
jogadas lá, tiradas da área de risco da Vila Tripa. Toda a sociedade gostou de
ver: “Olha, tiraram lá da Vila Tripa.” Mas, jogaram os infelizes lá, e essas
crianças nunca pisaram numa sala de aula, porque não construíram escolas, e é
isso que queremos dar ao nosso povo. Agora, quando vão para a televisão dizem
que fazem a melhor educação. Que educação, minha gente! Que maravilha e que
espetáculo de futuro para o nosso povo! Fabricação de marginais! Depois vão
conseguir emprego de catadores de lixo, ou de separadores de lixo crianças que
nunca tiveram chance de chegar a uma sala de aula. Ou, como fizeram aqui na
Cai-Cai, que levaram para a área da Cidade de Deus, onde não construíram
escola. Esses são os moralistas, aqueles que não querem coligações com outros
partidos, que os outros partidos não prestam. O PTB também não quer nada com o
PT. O Partido Trabalhista Brasileiro tem uma história de cinqüenta anos. O PTB
não foi criado à beira da ditadura, não surgiu na ditadura, foi extinto pela
ditadura, não foi criado na estufa da ditadura, não. Então, há um engano muito
grande do PT, alimentado na estufa da ditadura, para tentar dividir o
trabalhismo neste País, e agora se acham tão moralistas que condenam os seus
próprios companheiros e extinguem seus diretórios, porque tiveram a ousadia de
fazer uma aliança com o PTB, com o PMDB, com outros partidos. Mas, me expliquem
essa licitação, - volto a dizer, extremamente vergonhosa e que até agora não
tem resposta. E me expliquem por que as crianças de Porto Alegre não conseguem
estudar nesta cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Requerimento, solicitando
Renovação de Votação do PLL 164/95, assinado pelo Ver. Mário Fraga.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão
de Ordem): Há
alguém inscrito para a Pauta?
O SR. PRESIDENTE: Há, está inscrito o Ver.
João Dib.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 2337/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N°
047/96, que
cria cargos na Fundação de Educação Social e Comunitária (Monitor).
3ª SESSÃO
PROC. 0696/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N°
031/96, de
autoria do Ver. Airto Ferronato, que autoriza o Poder Executivo Municipal a
promover, anualmente, o “Festival dos Festivais”, de composições musicais da
linha popular gaúcha.
PROC. 2176/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO N° 015/96, de autoria do Ver. Luiz Negrinho, que autoriza o Departamento
Municipal de Água e Esgotos - DMAE, a instalar hidrômetro individual, por
imóvel, nos condomínios residenciais de Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC. 2351/94 - SUBSTITUTIVO N° 02 AO PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO N° 139/94, ambos de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que disciplina o uso de
caçambas estacionárias ou “containers” de entulhos na via pública, e dá outras
providências.
PROC. 2233/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N°
142/96, de
autoria do Ver. Paulo Brum, que autoriza a colocar cadeira de rodas em escolas
e prédios públicos.
PROC. 2301/96 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 024/96, de autoria da Mesa
Diretora, que fixa a remuneração mensal dos Vereadores de Porto Alegre e a
verba de representação do Presidente da Câmara Municipal para a XII
Legislatura, período de 1° de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000, e dá
outras providências. Com Emenda n° 01.
PROC. 2302/96 - PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N°
006/96, de
autoria da Mesa Diretora, que fixa as remunerações mensais do Prefeito
Municipal de Porto Alegre e do Vice-Prefeito para a XII Legislatura, período de
1° de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000, e dá outras providências.
PROC. 2062/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N°
120/96, de
autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que concede Gratificação de Difícil Acesso a
todo servidor de escola municipal de 1°e 2° graus. Com Emenda n° 01.
PROC. 2124/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N°
130/96, de
autoria do Ver. Luiz Negrinho, que susta, até 31 de dezembro de 1996, a execução
dos atos de desapropriação e retomadas de próprios municipais.
PROC. 2229/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N°
141/96, de
autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que estabelece normas para a exploração do
serviço autônomo de frete no Município de Porto Alegre.
PROC. 2247/96 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 022/96, de autoria do Ver. Antonio
Hohlfeldt, que concede o Prêmio de Artes Plásticas Iberê Camargo a Anestor
Tavares.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, vou ser muito breve. Sempre digo que lei deve ser clara, precisa,
concisa e respeitada, para que não ocorra como ocorreu com o Presidente titular
desta Casa, Ver. Isaac Ainhorn, que chamou a atenção deste Vereador para uma
Questão de Ordem que ele havia formulado há alguns anos. Essa Questão de Ordem,
interpretada na Comissão de Justiça, disse que o Ver. João Dib tinha razão. O
Vereador-Presidente faz confusão, porque eu disse que ele não tinha competência
e, por isso, não soube ler.
Eu fico preocupado com o tipo de projeto de lei que o Executivo envia a
esta Casa, criando 10 cargos de monitor. Na Exposição de Motivos, são citadas
as atribuições dos cargos: “cuidar de bebês, realizar atividades de recreação
com crianças que guardam atendimento, acompanhar o transporte de crianças e
adolescentes quando não houver necessidade de um conselheiro fazê-lo, preparar
e servir pequenos lanches quando da permanência, por longo período, de crianças
e adolescentes dentro das dependências do Conselho Tutelar, conter adolescentes
com problemas de conduta, ou entorpecidos, nas dependências do Conselho
Tutelar”. Será necessário criarem-se 10 cargos de monitor - dez cargos de
monitor- na FESC. É um cargo que não existe na Prefeitura; é específico para a
FESC. O Prefeito propõe a criação de 10 cargos e não diz quais as atribuições
do cargo. É um desrespeito - entendo eu - do Prefeito para com esta Casa: toda
aquela assessoria que ele tem não mandar as atribuições que caberiam aos novos
dez monitores, que, estranhamente, teriam que ser super-homens para trocar
fraldas das crianças - será que elas têm fraldas? -, bem como conter um
adolescente entorpecido ou drogado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a Pauta. Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. NEREU D’ÁVILA
(Requerimento): Sr. Presidente, esta Casa tem por tradição respeitar, até porque é um
prazer para nós termos aqui o povo que nos coloca aqui. Temos aqui, hoje, duas
facções de pessoas, e eu pediria, por isso, que fossem votados os seguintes
processos em primeiro lugar: um é um título honorífico ao pastor Rui Lúcio
Ângelo; o segundo isenta da contribuição de ISSQN os representantes comerciais
de Porto Alegre, que também estão presentes; em seguida, para aproveitar o
quórum, o PLC n° 008/96. O Requerimento é no sentido de que sejam votados nessa
ordem.
O SR. JOSÉ VALDIR
(Requerimento): Sr. Presidente, agregando ao Requerimento do Ver. Nereu D’Ávila ,
solicito que o Projeto de minha autoria, que está em primeiro lugar, passe para
o último, na ordem de votação, pela razão do quórum limitado.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do
Ver. Nereu D’Ávila, aditando o Requerimento do Ver. José Valdir. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
NOMINAL
PROC. 1907/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N°
107/96, de
autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que concede o título honorífico de Cidadão de
Porto Alegre ao Senhor Rui Lúcio Ângelo.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos
membros da CMPA - Art. 82, § 2°, IV, da LOM;
- votação nominal nos termos do Art. 174 do
Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da
LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) (Após chamada.) APROVADO
o PLL n° 107/96 por 28 votos SIM.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1512/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N°
074/96, de
autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que isenta da contribuição de ISSQN os representantes
comerciais do Município de Porto Alegre.
Parecer
- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela
rejeição do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - Art. 113 da LOM;
- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da
LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n°
074/96. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, para discutir.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, procurou-me o Vice-Presidente do CORE, porque este Vereador, na CCJ
ofereceu um parecer contrário à iniciativa do Ver. Nereu D’Ávila e esclareceu
ao referido cidadão que era uma decisão, um parecer ao nível da legalidade, ao
nível da constitucionalidade. Por isso estou aqui na tribuna: para dizer que,
no plano do mérito da questão, eu me coloco favoravelmente ao Projeto.
Entendemos que a pequena empresa, o microempresário, todas essas atividades
importantes vêm sofrendo, extremamente, com a crise, e que se deve buscar, de
uma forma ou de outra, uma válvula de escape, que seria aliviar dos ombros,
apesar da carga tributária que sofrem esses agentes importantes no
desenvolvimento da economia do Município, da economia do Estado. A questão do
mérito, para mim, é discutível, mas eu voto a favor do Projeto. Não poderia, na
questão da legalidade, até por uma questão de princípio adotado no seio da
Comissão de Justiça, dizer que projetos dessa natureza, de isenção tributária,
por força da Constituição Federal, Estadual, da Lei Orgânica do Município e por
todo um conjunto de doutrina de jurisprudência, são competência exclusiva e
absoluta do Chefe do Executivo. Pena que não tenham os senhores presentes
conseguido, no Executivo, um projeto que ele mandasse à Câmara. É evidente que
o Prefeito pode entender, dada a relevância do Projeto, de não vetá-lo, mas do
ponto de vista legal - eu entendo e devo confessar - parece-me que há um
entendimento quase que consensual da Casa; não diria unânime, mas um
entendimento das dificuldades do projeto, da visão da legalidade. É apenas para
esclarecer aos presentes que eu, quanto a esse aspecto do Projeto, me coloco a
favor. Evidentemente que na Comissão de Justiça eu não poderia oferecer um parecer ignorando, efetivamente, que, por
se tratar de matéria de natureza legal, constitucional, tem que partir do
Executivo Municipal. Dito isso, eu voto favorável à matéria na questão
exclusivamente do mérito, porque tem mérito. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn): Com
a palavra o Ver. Edi Morelli para discutir.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, fiz questão de vir a esta Tribuna para discutir este Projeto -
porque eu tenho dito que o inconstitucional, Ver. Elói Guimarães, muitas vezes
torna-se constitucional. E esta Casa já tornou inconstitucional, com o Projeto
de minha autoria, quando isentou, na legislatura passada, no Governo do Sr.
Olívio Dutra, quatro anos de débito no DMAE da COHAB/Cavalhada. Era
inconstitucional e se tornou constitucional,
porque foi aprovado por esta Casa e foram anistiados.
Neste ano mais um Projeto, também inconstitucional, se tornou
constitucional, porque foi aprovado e foram anistiados moradores da Vila
Farrapos de 4 anos de IPTU atrasados, numa cobrança indiscriminada pelo Governo
do PT, através da Secretaria da Fazenda.
Eu fico em dúvida, quando alegam nesta Tribuna ou nos pareceres a
inconstitucionalidade de alguma coisa. Estamos pedindo que o Governo Municipal
ponha em prática tudo aquilo que é dito no palanque, ou seja, vamos cobrar
menos de quem ganha menos, vamos cobrar mais de quem ganha mais.
(Manifestação das galerias.)
Infelizmente, peço aos senhores e senhoras que não batam palmas - o
Regimento proíbe -, e eu não estou aqui para fazer média com os senhores, estou
aqui para colocar o que eu acho que é certo.
Muito feliz o Ver. Nereu D’Ávila quando apresentou este Projeto e eu
repito: vamos cobrar mais de quem ganha mais, e menos de quem ganha menos. Não
é essa a filosofia do PT? Vamos cobrar menos de gente que tem uma carga
tributária enorme e que trabalha tanto quanto a que ganha muito mais e que pode
pagar mais. Quando o Ver. Pedro Ruas apresentou Projeto, que foi aprovado, que
acabava com as mordomia de empresas que não pagavam ISSQN, ele estava certo,
porque Banco não tem que pagar imposto? Tem que pagar. Quando se negocia um
empréstimo com um Banco em dez meses, você paga três vezes mais do que devia.
Agora, repito, essa gente que tem uma carga tributária muito grande e
que pode, através desta Casa, ter essa carga amenizada através dessa isenção,
deve receber essa justiça. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está
com a palavra para discutir o PLL n° 074/96.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, já fui Representante Comercial, já fui filiado ao CORE, já fui
microempresário, sou profissional liberal e sei da carga que se abate sobre
todos nós. Mas as filosofias que, hoje, tramitam em Porto Alegre sobre a
arrecadação da Cidade nos mostram uma relação crescente que ela tem com o desemprego:
Porto Alegre cada dia gera menos empregos, porque as empresas, as
microempresas, as pequenas, as médias e grandes empresas estão-se retirando de
Porto Alegre, indo para a Grande Porto Alegre onde pagam cargas tributárias
menores. É por isso que o Distrito Industrial da Vila Restinga é vazio;
gastaram nas ruas, nada mais. Porto Alegre perde, a cada dia, um cem número de
empresas. O pessoal que trabalha na área de importação está indo para a Grande
Porto Alegre, área de “leasing” para fora de Porto Alegre. A Pepsi-Cola, que
estava mal localizada no Menino Deus, acabou indo para Sapucaia. O governo do
meu partido foi mais inteligente: gerou dois mil empregos lá, uma nova planta
industrial, e toda a arrecadação para o município. Porto Alegre não ficou com
nada, não soube fazer com que a Pepsi-Cola fosse para o Distrito da Vila
Restinga. A Brahma está se instalando em Viamão; a sede da Cristóvão Colombo
está em fase de acabamento.
Porto Alegre, pouco a pouco, está deixando de gerar empregos.
Indústrias não querem mais ficar em Porto Alegre. Depois vem os discursos do
neoliberalismo, ... mas o que o Prefeito de Porto Alegre faz para gerar emprego
em Porto Alegre? Nada, só se queixa do Governo Federal. Não tem competência
administrativa para gerar empregos. A questão tributária se relaciona com a
geração de empregos, os representantes comerciais geram empregos, os
microempresários geram empregos, a economia do ano 2000 é economia das
microempresas, todos sabem disso. A área industrial cada vez mais reduz empregos
pela automação. A área de serviços é a principal área e é nela que temos que
concentrar esforços. Temos que estimular os representantes comerciais, os
microempresários para que gerem empregos, produzam para a nossa Cidade e
permaneçam nela. Daqui a pouco, o pessoal vai querer morar só na Grande Porto
Alegre, vai pagar 0,5% de ISSQN em Viamão, Sapucaia, Esteio, Alvorada ou em
Gravataí, não querendo ficar em Porto Alegre que vai virar a famosa
Cidade-dormitório. Esta Casa tem que analisar profundamente esta questão. Claro
que nos grandes o Governo não mexe. Há outras isenções que são dadas em Porto
Alegre. Os próprios meios de comunicação têm isenções de que ninguém fala. Eu
reclamo e falei em debates nos meios de comunicações. Sobre a isenção desses
tributos ninguém fala; o pessoal não tem coragem. O mesmo acontece com o ICMS
em nível estadual. Lá, o Partido dos Trabalhadores, que comanda Porto Alegre,
tendo bancada na Assembléia, não teve coragem de votar contra. As isenções que
os meios de comunicação têm são na área do ICMS. E ainda colocaram na
Constituição para garantir espaço nos meios de comunicação, notícias nos
jornais, etc. Ninguém tem coragem de mexer nisso que é uma grande vergonha
nacional. Por isso, não há nada mais justo do que dar uma isenção aos
representantes comerciais, que realmente produzem para a nossa Cidade, para
que, pelo amor de Deus, não abandonem Porto Alegre, porque se não vai
acontecer, o que já está ocorrendo, de saírem de Porto Alegre, porque a carga
tributária é inaceitável. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Edi
Morelli): O
Ver. Henrique Fontana está com a palavra.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, especialmente os representantes comerciais que acompanham os nossos
debates aqui na Câmara. Ressalto o respeito que nós, da Bancada do PT, temos
com relação a reivindicação que está sendo discutida, mas é preciso recolocar
algumas coisas na Discussão Preliminar, e eu não poderia deixar de iniciar por
aquilo que se pode definir como uma apologia da democracia, que foi a
intervenção na tribuna, do Vereador que me antecedeu Jocelin Azambuja. A
primeira questão que o Ver. Jocelin Azambuja tratou de dizer é que existem
isenções injustas.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, com base no Código de Ética Parlamentar, apresentado
pelos moralistas do PT, digo para o Ver. Henrique Fontana que tenha um pouco
mais de respeito com este Vereador e que retire o termo “demagógico”.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Registro que, na minha
opinião, não foi uma Questão de Ordem. Outra questão importante é a de que o
Vereador deveria ter cuidado com o que diz na Tribuna. Talvez, daí, o discurso
de quem lhe sucede na tribuna seria de outro padrão. Agora, V. Exa. não pode
vir à tribuna e dizer coisas, ocupando o tempo de Liderança do seu Partido,
sobre o meu Partido e não querer ouvir o mínimo que é preciso que se lhe diga.
Falava que o Ver. Jocelin Azambuja disse que existem isenções injustas em Porto
Alegre e que isso deveria terminar, até porque, eventualmente, numa negociação
justa, em algum caso, uma isenção se deva constituir. Os senhores sabem o que
aconteceu nesta Câmara quando votamos um projeto que visava a terminar com a
isenção de ISSQN para empreiteiras, que fazem obras públicas na Cidade. O Ver.
Jocelin foi a favor da manutenção do ISSQN para as empresas que realizam obras
públicas em Porto Alegre e vem a esta tribuna dizer que é preciso atender os
pequenos, que os grandes podem pagar mais. Mas, quando vota, em outros
momentos, faz o voto inverso. Isso se define na política como demagogia. Por
isso coloco esta palavra no sentido político que tem.
Abordo outra questão, para mim fundamental: defino o Ver. Jocelin
Azambuja mais para economista de bairro do que para alguma análise econômica
consistente. Diz que, em Porto Alegre, estamos perdendo investimentos. Pois
prefiro ficar com a pesquisa publicada pela revista Exame, feita por uma
entidade independente, e que definiu Porto Alegre como sendo a melhor capital
do Brasil para receber investimentos. Acho que aqueles, sim - que fizeram a
pesquisa - têm mais isenção, mais conhecimento sobre análise econômica que o
Ver. Jocelin, que vem à tribuna , de novo, para fazer o discurso fácil, dizendo
que o desemprego que existe em Porto Alegre seria de responsabilidade do
Prefeito da nossa Cidade. É lógico e concordamos que o Prefeito pode e deve
tomar cada vez mais iniciativas para combater o desemprego, mas não é possível
que o Ver. Jocelin Azambuja venha à tribuna, de novo, para fazer discurso fácil
dizendo que o desemprego que existe em Porto Alegre seria de responsabilidade
do Prefeito de Porto Alegre. É lógico que nós concordamos que o Prefeito pode e
deve tomar iniciativas para combater o desemprego. Mas não é possível que o
Ver. Jocelin venha a esta tribuna dizer que o Distrito Industrial da Restinga
não está ocupado com indústrias e empresas por culpa do nosso Governo. O
Distrito Industrial da Restinga está pronto, no que diz respeito às obras
públicas, duas licitações foram abertas, nesta cidade para vender lotes para
implementação de empresas, mas não houve, Ver. Jocelin, interessados em comprar
os lotes, porque a recessão econômica é muito violenta. De fato está muito
difícil convencer o empresário a investir neste momento porque a política
econômica implementada neste País é uma política antiinvestimentos. Por isso é
que fica difícil implementar o Distrito Industrial da Restinga. Agora, V. Exa.
faz aquela análise capciosa, tendenciosa que fala a respeito da
responsabilidade do Prefeito, mas não fala da política econômica implementada
pelo Presidente da República que, por sinal, o seu Partido apoia, em grande
parte, lá em Brasília.
Essas coisas é que ficam difíceis para a sociedade, realmente; confiar
mais na seriedade do debate político. Porque o discurso de um lado é um, e de
outro lado é outro. Aí as coisas ficam difíceis, Ver. Jocelin.
Eu volto, numa nova inscrição de outro companheiro do Partido, para
falar a respeito do Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a
palavra para discutir o PLL nº 074/96.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, Srs. representantes comerciais que estão aqui presentes, ninguém
pode sair daqui hoje iludido. Todo mundo tem que sair tendo a visão da luta que
é iniciada com a votação deste Projeto.
Em 1989, quando votávamos aqui a minirreforma tributária, nós
conseguimos, através de uma emenda que colocávamos, baixar o ISSQN dos
representantes comerciais que era de 4% e ia subir para 5%; nós conseguimos
reduzi-lo para 2%. Quando o Prefeito Tarso Genro assumiu, uma de suas primeiras
ações foi fazer com que os 2% conseguidos na votação de 1989 pudessem cair por
terra. Foi apresentado, então, um outro projeto de lei no sentido de fazer com
que os representantes comerciais que pagavam uma alíquota de 4%, que iria subir
para 5%, e pagassem 2% em 1989.
Foi apresentado, então, um outro Projeto de Lei no sentido de fazer com
que os representantes comerciais voltassem a pagar a alíquota de 5%, como
praticamente quase todas as atividades aqui em Porto Alegre. Nós fomos ao
Prefeito Tarso Genro, conversamos com o Secretário Municipal da Fazenda e
conseguimos fazer com que aquela tentativa do Sr. Prefeito Municipal não
passasse novamente pela Câmara Municipal, e nós mantivemos a alíquota na base
dos 2%. Agora, o Projeto do Ver. Nereu D’Ávila pede a isenção, e nós temos, na
Lei Orgânica do Município, essa possibilidade. Aqueles que tentaram fulminar
pela ilegalidade estão errados. A Lei do Município no seu art. 113, diz que os
Projetos de isenção são possíveis desde que aprovados pela maioria da Casa.
Quando fala da competência da Câmara de Vereadores, diz também que é
sua competência apresentar o Projeto de Lei. Legalmente, acho que está bem
embasado, só que vem aí o grande problema. É claro que um projeto que não foi
negociado com o Executivo vai receber veto do Executivo. Isso é absolutamente
normal, é uma luta com a qual nós já estamos acostumados aqui na Casa. Então,
este é um Projeto que não foi negociado com o Executivo. Eu não tenho dúvidas
de que nós vamos aprovar este Projeto de Lei. Há votos suficientes, aqui, neste
Plenário, para aprovar este Projeto de Lei. São necessários 17 votos; se não
houver 17 votos, não será aprovada. Então, com 17 votos ele será aprovado, só
que ele vai ser vetado. Ele vai voltar aqui e, aí, é a luta principal. Por isso
que eu estou dizendo: nós estamos no início, apenas, de uma grande batalha, que
não vai ser vencida hoje, mesmo conseguindo 17 votos. Eu acredito que nós
possamos conseguir 17 votos, já que este Plenário tem 33 Vereadores, só que,
hoje, não tem 33 Vereadores. A situação tem 11 Vereadores. Se todos os outros
Vereadores estão de acordo com esta isenção - e acho que todos os outros
Vereadores estão de acordo - nós temos votos suficientes para fazer com que o
Projeto passe hoje aqui. Depois, é claro, vem a tarefa mais difícil, que vem
depois do Veto do Sr. Prefeito Municipal. Os Senhores que estão aqui presentes
não podem sair deste Plenário, hoje, mesmo com o Projeto aprovado, tendo a
visão de que a vitória foi alcançada. É uma negociação que vai, realmente,
levar muito tempo. Eu acredito que a Associação Representativa dos
Representantes Comerciais deve estar disposta a enfrentar uma batalha de
negociação com o Executivo Municipal, porque vai passar por uma negociação com
o Executivo. Nós já quisemos alargar o limite das microempresas para 50 mil
UFIRs e não conseguimos. Veio uma emenda, negociada com o pessoal do PT, que
aumentou o limite para 25 mil UFIRs, Emenda a um projeto de nossa autoria que
passou nesta Casa. O Projeto fala que, no caso dos Representantes Comerciais,
seria possível levantar o limite das microempresas para 96 mil UFIRs. Se eu não
consegui levantar para 50, para 96 vai ser um trabalho bem mais difícil.
Acontece que é uma luta iniciada hoje, mas, hoje, é apenas o pontapé inicial.
Eu acho que para essa vitória possa ser alcançada ainda tem uma partida toda
para ser jogada. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Sr. Raul
Carrion para discutir o PLL n° 074/96.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores; prezados amigos do CORE; Representantes Comerciais aqui presentes,
usando do legítimo direito de pressionar no sentido de um Projeto de seu
interesse. Nós vamos encaminhar em nome do PC do B, favoravelmente ao projeto
do Ver. Nereu D’Ávila e queremos dividir esse encaminhamento em 2 aspectos: o
1°, quanto ao mérito do projeto e o 2° quanto a polêmica sobre
constitucionalidade, a organicidade e a legalidade do projeto. Com relação ao
mérito, nós entendemos, em primeiro lugar, que é um projeto que vai beneficiar
a uma categoria bastante sacrificada. E eu quero alertar algo: grande parte
dela na verdade, são trabalhadores autônomos que são obrigados a se constituir
como microempresas, pelas empresas que representam. Sei disso porque tenho
inúmeros amigos que estão nessa situação. Eles pagam ISSQN, na prática, sobre
ganhos do trabalho e não sobre ganhos do capital, como é um caso de uma
empresa. Essa é a primeira questão: São trabalhadores. Segundo: é um projeto
que prevê, inclusive o ponto de vista de partida é do próprio CORE
progressividade do tributo; ou seja, só quem ganha menos é que é isento, uma
pequena parcela. Os demais pagarão, progressivamente. Terceiro, nós já temos
medidas similares a nível federal e estadual mostrando que não estamos criando
nenhum “bixo de sete cabeças”. Estamos fazendo, a nível do Município, o que tem
sido a preocupação do legislador a nível federal e estadual principalmente no
momento de grave crise, de recessão, de sucateamento da economia nacional a que
o projeto neoliberal está levando, e que se reflete na ponta do sistema, que
são representantes. No mérito não há o que se discutir, e queria chamar a
atenção da Bancada do PT que, neste momento, está tendo uma posição contrária
quanto ao mérito. Na sua maioria são trabalhadores e não empresários. A
colocação deles como microempresários é uma artimanha. Na verdade, estamos
tributando ganhos do trabalho. Esta é a realidade. Quem de vocês não conhece os
representantes comerciais, os antigos caixeiros viajantes que saiam nos lombos
dos burros e das mulas. Agora, nenhuma empresa aceita que eles sejam
registrados nelas. Eles devem se apresentar como empresários.
Quanto à organicidade, constitucionalidade e legalidade, meus amigos, examinei toda a Constituição. Está
aqui o Título VI, da Tributação e do Orçamento, dentro disso temos o Capítulo I
do Sistema Tributário Nacional, as diversas Seções, a Limitação dos Poderes de
Tributar. Não existe a limitação constitucional que se alega.
Pedi ao Ver. Elói Guimarães- que vai votar favoravelmente - que me
mostrasse onde fere à Constituição. O Vereador não localizou e eu desafio
qualquer Vereador a localizar, nesta Constituição, onde, constitucionalmente,
não é possível a esta Câmara legislar sobre esse tema. Art. 56 da Lei Orgânica:
“Os assuntos de competência do Município sobre os quais cabe à Câmara Municipal
dispor, com a sanção do Prefeito” - qualquer lei precisa da sanção do Prefeito
- “São especialmente: I - Sistema tributário”. Quem sabe lá, onde é dito o que
o Prefeito pode fazer, esteja dito que é atribuição só do Prefeito...
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal se
inscreve e, com a anuência dos Vereadores Reginaldo Pujol, João Dib, Paulo Brum
e Maria do Rosário, cede seu tempo a V. Exa.
O SR. RAUL CARRION: Obrigado. Art. 94: “Das
atribuições do Prefeito. Compete privativamente ao Prefeito: I - Nomear e
exonerar Secretários...; II - Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis
...; III - Vetar projetos de lei ...; IV - Dispor sobre a estrutura,
organização e funcionamento da administração ...; V - Prover cargos ...; VI -
Apresentar relatórios sobre o estado das obras...; VII - Promover a iniciativa
de projetos de lei que disponham sobre: a) criação, aumento, remuneração de
cargos, etc. b) regime jurídico de provimento de cargos; VIII - Prestar
informações...; IX - representar o Município...; X - contrair empréstimos...;
XI - decretar desapropriações...; XII - administrar bens...; XIII - propor o
arrendamento...; XIV - propor convênios...; XV - propor a divisão
administrativa...; XVI - propor a ação direta de inconstitucionalidade...; XVII
- decretar estado de calamidade pública...; XVIII - subscrever ou adquirir
ações...; XIX - indicar entidades civis...;” onde está a inorganicidade desse
Projeto? Não há inconstitucionalidade, não há inorganicidade, não há nenhuma
lei que vete... Então é algo realmente inexplicável a afirmação de que esta
Câmara não pode legislar sobre tributos!
Temos que ir ao mérito e nele não encontrei nenhum argumento contrário.
Por isso, a Bancada do PC do B solidariza-se com o Ver. Nereu D’Ávila, que
encampou esse Projeto que o CORE apresentou, que é um projeto correto.
Para finalizar, eu gostaria de reforçar a preocupação do Ver. Luiz
Braz. Como tem sido tradição atribuir esse tipo de Projeto à iniciativa do
Poder Executivo - tradição essa, no meu entendimento, sem base legal, é comum
correr-se o risco do Veto do Sr. Prefeito e depois, mesmo com o Veto derrubado
aqui, do pedido de inconstitucionalidade da lei.
Então, sempre que possível, é bom que haja uma negociação com o
Executivo. Estive conversando com os representantes do CORE que me disseram que
o Executivo negou-se a sentar com o Ver. Nereu D’Ávila e com os representantes
comerciais para negociar. Eu sugeri aos representantes do CORE uma negociação
com o Executivo, foi-me dito que eles tentaram e que o Executivo negou-se a
recebê-los ou ao Ver. Nereu. Penso que o Ver. Fontana, como Líder do PT na
Casa, tem a porta aberta para conseguir essa negociação. Entendo que os
representantes comerciais tenham a preocupação de que isso não fique para
depois da eleição, porque num legítimo direito, eles querem pressionar; não
temos que contestar. Coloquei ao Ver. Nereu que, quem sabe, conseguíssemos um
adiantamento por duas sessões, algo assim, e a Bancada do governo aceitasse
intermediar uma negociação, e buscássemos uma solução que evitasse o Veto do
Sr. Prefeito, e evitasse um pedido de inconstitucionalidade.
Coloco agora, de público, da tribuna, para o Ver. Henrique Fontana e
para a Bancada do PT, que consideremos essa hipótese. Se não for aceito isso,
que depende muito mais da Bancada governista, quero dizer que a aprovação do
Projeto será somente um primeiro passo, aqui; não havendo essa negociação, o
projeto certamente será vetado pelo Sr. Prefeito; lutaremos para derrubá-lo -
pois a nossa posição é firme de apoio, no mérito e na legalidade do projeto -
mas mesmo que o Veto seja derrotado aqui, a luta seguirá. Aprovado, antes do
veto vocês deverão conseguir essa negociação com o Sr. Prefeito. Mas penso que
a Casa ganharia, a Prefeitura ganharia se abríssemos essa negociação, que até
agora está fechada - pelo que vocês dizem - quando tenho certeza absoluta que o
Partido dos Trabalhadores, através do seu Líder, que sempre tem sido sensível a
esses problemas, levará essa discussão e na semana que vem já poderemos estar
conversando, negociando, fazendo algum ajuste necessário. Este é o
encaminhamento do PC do B. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver.
Reginaldo Pujol para discutir o PLL nº 074/96.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr Presidente e Srs.
Vereadores, o Projeto do Ver. Nereu D’Ávila, que isenta de contribuição do
imposto sobre serviços de qualquer natureza os representantes comerciais do
Município de Porto Alegre, que é votado no dia de hoje, forte no artigo 81, em
que pese estar na Casa desde 28.05.96, restabelece um debate que essa Casa já
assistiu em circunstâncias semelhantes. O que se discute, fundamentalmente, é
se os Vereadores, em determinadas matérias, têm competência legal para tomar a
iniciativa das proposições, esta é a base da discussão e, em cima dela se
constrói a tese sustentada pela Comissão de Constituição e Justiça, de que a
matéria tenha o vício de iniciativa e, por conseguinte, seja inconstitucional.
Mas se, tecnicamente, Ver. Pedro Américo Leal, essa posição é correta e
indiscutível, não é menos verdade que, sabidamente, o Poder Judiciário
Brasileiro, através de sua mais alta corte, já tomou posição no sentido de que,
em matérias similares a essa, em que a discussão e a certeza da inexistência da
possibilidade de o legislador ter a iniciativa, que essa matéria, quando
submetidas ao crivo do Executivo, pode ser convalidada através da sanção, o que
dirimiria, por inteiro, o vício de iniciativa.
Como todos os atos jurídicos, na esfera parlamentar e legal, são atos
compostos que dependem da decisão da Casa, da decisão dos parlamentos e da
sanção da autoridade competente, no caso, o chefe do Executivo Municipal, têm
sido freqüentes aqui, nesta Casa proposições nessa linha, em que é
expressamente colocada uma intenção do legislador que, submetida ao crivo do
Chefe do Executivo, irá ou não se transformar em lei.
Hoje à tarde, quando aqui cheguei, fui procurado por alguns integrantes
da categoria diretamente interessada, que me faziam um apelo que me
posicionasse a favor desse Projeto. Perguntei-lhes, desde logo, de quem era a
iniciativa. Quando me informaram que a iniciativa era legislativa, apontei-lhes
esse risco, e eles se mostraram informados da situação. Mas gostariam de ver a
manifestação da Casa, a manifestação da vontade política do Legislativo, que
pode ou não ser corroborada pelo titular do Executivo Municipal. É isso que se
busca. Não tenho dúvida alguma, e avisei as pessoas de que eu haveria de me posicionar favoravelmente ao
Projeto do Ver. Nereu D’Ávila só que, na tribuna, como sempre faço, dizendo das
razões por que entendi apoiar o Projeto de Lei, ainda que, na CCJ, tenha
apoiado o parecer que dizia da inconstitucionalidade do Projeto. Parece-me Ver.
Elói Guimarães - V. Exa. que é um dos mais cultos e esclarecidos integrantes
desta Casa, na área jurídica -, que essa matéria está amplamente esclarecida:
tecnicamente, há condições legais de ser resolvido esse impasse, eis que,
aprovado o Projeto de Lei na Casa e submetido à sanção do Sr. Prefeito
Municipal, se ele entender de sancionar a lei, ela se transformará em diploma
legal positivo e surtirá seus legais e jurídicos efeitos.
Votar uma matéria dessas num período pré-eleitoral pode permitir que
alguém entenda que as nossas posições estejam vinculadas a eventuais apetites
eleitorais, que, naturalmente possuímos nesta hora. Particularmente, não o é.
Votei inúmeras matérias de forma semelhante, com essa mesma justificativa. Por
concordar no mérito, apóio e voto a favor. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, não pretendia discutir esta matéria, até porque diria o Ver. Elói
Guimarães, a discussão é despicienda. Mas o que me irrita profundamente é a
injustiça, a agressão. Hoje, ainda, quando o Presidente me fazia ver que uma
Questão de Ordem por mim formulada daria razão a ele, eu disse que ele não
sabia ler, pois, se soubesse ler, não diria a mesma coisa. Depois ele veio até
minha mesa, olhou e sorriu. Não quero a injustiça, porque eu estou sempre neste
Plenário, e o Ver. Pedro Américo e eu vamos votar favoravelmente. Agora, a
injustiça se refere ao Ver. Jocelin Azambuja. O nobre Ver. Henrique Fontana,
lembrou que o Ver. Jocelin Azambuja, mas não é só estes Vereadores, outros
Vereadores e eu votamos contrariamente à isenção do ISSQN para empresas
construtoras. Essa isenção se fazia para projetos realizados para o poder
público e não indiscriminadamente. O PT, esse sim, votou contra. A maioria dos
Vereadores votaram favoravelmente. Ele não disse que; logo após aprovado o
projeto, o Diário Oficial do Município registrava todos os reajustes de 2,5% do
ISSQN os projetos que o Município detinha com aquelas empresas prestadoras de
serviço. Então, não é a mesma coisa. O que tinha que ocorrer hoje é não haver
esta discussão, para não causar as pessoas que estão aqui, pois, na verdade,
todos nós sabemos como vamos votar. Todos nós conhecemos o vampirismo fiscal do
Executivo Municipal. Todos nós sabemos que vai ser vetado o projeto, que este
Veto vai ser derrubado e que o Prefeito vai ingressar na Justiça contra ele.
Homenagens ao Ver. Nereu D’Ávila, que lembrou de fazer a proposição. Acho que
devemos é votar mesmo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana está
com a palavra, por cessão de tempo da Vera. Maria do Rosário, para discutir o
PLL 074/96.
SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, uso mais cinco minutos,
porque, de fato, são diversas as intervenções que abordam posição inversa a
nossa, e não é fácil, em cinco minutos, justificar a nossa posição em cada um
dos temas. Mas, um esclarecimento aqui, sobre o discurso na primeira rodada dos
debates, se disse que o PT era indiferente à isenção de ICMS para às empresas e
meios de comunicação neste Estado. É uma informação errada ou de má-fé. A do PT
foi a única Bancada que, na Constituinte Estadual, votou contra a isenção do
ICMS para os meios de comunicação. Essa informação eu obtive, ainda há pouco,
com meu companheiro de Partido, Selvino Heck, deputado na época. Inclusive
enfrentamos uma forte pressão da mídia naquele período, porque fomos o Partido
que votou contra aquela isenção.
Outro tema que precisa ser analisado quando se fala a favor de alguma
coisa para alguém, - essa é a essência do debate político -, é preciso ver se
alguém perde alguma coisa com aquela decisão, porque, se uma decisão só traz
benefício, não há polêmica sobre ela; ela deve ser tomada de plano. Se ela traz
benefícios para alguns, e que pode ser legítimo, correto, mas traz prejuízos
para outros, é preciso estabelecer um debate e uma negociação.
Ninguém veio à tribuna, por exemplo, para dizer quanto o Município vai
arrecadar se for aprovado esse Projeto. Eu não sei. O que eu coloquei foi
exatamente isso; esse é um dado fundamental para analisar um Projeto como esse.
Precisamos saber quanto o Município vai deixar de arrecadar. Sem esse dado,
como é que vou votar a favor de uma isenção? Agora, se ele deixar de arrecadar
um determinado “x”, nós precisamos discutir. Esse “x” vai ser retirado de onde?
Qual o serviço que o Município presta ou qual a obra que o Município está
encaminhando para fazer que deixará de ser feita porque foi aprovada essa
isenção? Esse é o debate que precisa ser feito. Esse debate pressupõe uma
negociação.
Outra questão fundamental. Foi dito aqui que a Câmara, eventualmente,
pode aprovar um projeto desses que, constitucionalmente, é possível. Isso é uma
polêmica; eu respeito os Vereadores que dizem isso. O entendimento que nós
temos não é este. É uma polêmica; eu não posso querer convencer ninguém aqui.
Assim como o Executivo não pode aumentar o IPTU ou uma alíquota de ISSQN sem
ouvir a Câmara, da mesma forma a Câmara não pode isentar um tributo sem pactuar
numa negociação com o Executivo. É para isso que a lei existe, é para garantir
que haja essa negociação e esse jogo de interesses que estão colocados.
O Sr. Raul Carrion: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Se existe uma impossibilidade legal, está baseada em
que lei, em que constituição, em que lei orgânica? Há um ano e meio vem-se
negociando com o Executivo para conseguir este levantamento.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Eu não falei aqui que a lei
diz, obrigatoriamente isso. V. Exa. tem uma interpretação; eu tenho outra. Fui
assessorado pelas pessoas que assessoram a nossa Bancada. Esta é uma polêmica.
Não há como nós querermo-nos convencer mutuamente que V. Exa. ou eu está certo
ou errado. Sobre a questão da negociação é importante que se diga que a Bancada
do PT, e eu, que tenho a responsabilidade de liderar a Bancada do PT, tivemos
um contato com os interessados no projeto há duas horas. Eu não posso fazer um
debate se há um ano e meio- e eu não tenho essa informação - uma reunião com o
Executivo com a, b ou c. Eu, como representante da Bancada do PT, fui procurado
para debater este Projeto há duas horas, quando ele estava na Ordem do Dia, com
o artigo 81. Eu disse isso para os senhores que estão aqui. É óbvio que o
Projeto será aprovado, porque é para votar uma isenção de tributos. Vamos votar
a favor de uma coisa que vai ser boa para vocês. Agora, eu preciso representar
aqui o Governo Municipal que tem, sim, interesses divergentes que se embutem
neste tema, e eu preciso ver qual é o impacto que isso tem sobre a arrecadação
do Município, o que o Município deveria deixar de investir ou de fazer ou o
serviço que deixaria de prestar para dotar essa isenção ou, eventualmente, se
poderia ampliar uma alíquota em outro lado para repor aquilo que vai ser isento
aqui. Eu discordo do Ver. Raul Carrion; nós queremos, sim, adiar o Projeto; nós
queremos abrir uma negociação e um debate, mas não queremos fazer isto antes da
eleição. São diferenças de pontos de vista. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum está
inscrito e cede seu tempo ao Ver. Jocelin Azambuja para discutir o PLL nº
074/96.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, claro que não vim a esta tribuna para usar as expressões que o Ver.
Henrique Fontana, Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores usou em relação
a minha pessoa. Não vou usá-las porque temos que manter um nível de respeito às
idéias de cada um. O Ver. Henrique Fontana se considera extremamente
inteligente, mas não demonstra isso no Plenário quando vem à tribuna, ao usar
palavras que não são condizentes com o nível do debate que se deve dar no campo
das idéias. Não vou chamá-lo de economista de fundo de quintal, não vou
chamá-lo de demagogo, não vou dizer nada disso, porque acho que não cabe nesta
tribuna. Temos que discutir idéias e manter, acima de tudo, o respeito entre
nós.
No ano passado, quando votamos a questão que envolvia as empreiteiras,
eu lembrei as isenções que são dadas no Município de Porto Alegre e disse o
seguinte: votaria a favor de extinguirmos todas as isenções. Que, em qualquer
nível, ninguém mais tivesse isenção de qualquer tipo no Município, só que, na
prática, nós sabemos que isso não acontece. As empresas de rádio e televisão,
em relação aos espetáculos e competições “mencionados no item anterior”, são
isentas, assim como as entidades educacionais, as empresas jornalísticas, de
rádios e emissoras de televisão que publicarem editais, as entidades
hospitalares sem fins lucrativos, as apresentações de peças teatrais, dança,
ópera, concertos, os circos, os parques de diversões, entre outras. Então, nós
temos uma série de isenções em Porto Alegre. Naquela época, eu disse também o
seguinte: a isenção das empreiteiras que prestam serviço ao Município geraria
um problema de ordem econômica: tinham isenção e passaram a ter, de um momento
para outro, 4% no seu orçamento para as empresas que já estão cambaleantes, na
área das mais difíceis, setor em que menos se tem investido nos últimos anos,
que é a área da construção. Já com dificuldades, 4% hoje representa, muitas
vezes, todo o faturamento de lucratividade de uma empresa. Então, disse que
tínhamos que ter bom senso, porque senão, isso acabaria refletindo na
sociedade. Pois não aconteceu outra coisa, senhores: logo em seguida, tivemos
os editais que o Município publicou, repassando aos custos das obras todo o
ISSQN daquela isenção que foi extinta.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. concede um aparte?
(Assentimento do orador.) Foi justamente a porcentagem que dissemos que ia ser
aumentada e que, automaticamente, o foi, e os Vereadores daqui não enxergaram
isso.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Exatamente, Vereador. Então
é bom que, aqueles que nos assistem, saibam disso: que essa maneira de
expressão do Ver. Henrique Fontana só gerou, na verdade, um ônus maior a todos
nós munícipes, pois tivemos que pagar a conta. Então, foi muito fácil e é muito
fácil chegar aqui na tribuna e fazer esse tipo de discurso que o Líder do
Governo gosta de fazer, mas eles não gostam de assumir os seus erros. É só
pegar as páginas do Diário Oficial e ver que foi repassado, em todos os Editais
da concorrência, de todas as empreiteiras, para o custo da obra. A população de
Porto Alegre pagou, e os senhores pagaram conosco. Então, essa é que se chama
de uma atitude irresponsável, impensada: termos tomado aquela atitude. Eu não
tenho duas palavras, tenho uma só e procuro sempre me fundamentar corretamente
para vir a esta tribuna, para jamais agredir um Vereador na sua capacidade,
porque respeito a todos aqui, todos são inteligentes, tem capacidade e podem
defender os seus argumentos sem haver agressões de parte a parte. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, sobre a
mesa há um Requerimento assinado pelo Ver. Nereu D’Ávila, que solicita o
adiantamento da discussão, por duas Sessões, do PLL nº 074/96.
Em votação. O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra para encaminhar.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr Presidente e Srs.
Vereadores, como se vê, a discussão está em andamento, até mais acirrada do que
pensávamos, e não vou, agora, discutir o mérito da matéria, porque vou fazer o
encaminhamento do Requerimento. Numa coisa o Líder do Governo tem razão, Ver.
Fontana: é que ele tomou conhecimento da circunstância possível de negociação
há cerca de duas horas. Numa outra alocução, o nobre Líder disse que não sabia
da repercussão financeira. Creio que foi uma falha nossa, principalmente minha,
de não colocar no Projeto esse tipo de cálculo, mas o adiamento solicitado é
exatamente para esse tipo de abertura, esse tipo de entendimento. Eu diria que
a repercussão é “mínima minimorum”. Será cerca de 0,0075% sobre o Orçamento,
mas nós traremos os cálculos.
O que temo é a intransigência do PT. Darei um dado: houve uma
negociação entre mim e o PT, quando apresentei isenção de IPTU e ISSQN para
quem adotasse criança de rua ou carente. Isso não foi nenhuma invenção minha,
porque não sou um gênio, mas houve em São Paulo e em outros estados esse tipo
de coisa para absorver as crianças menores de rua. Eu negociei com o PT,
inclusive na presença do nobre Líder do PT e foi frustrada a negociação,
porque, quando aqui foi derrubado o Veto, o PT entrou na Justiça. Digo mais,
até hoje não houve nenhum pedido. Aquelas pessoas que me procuraram, porque
souberam da publicidade, tinham registrado a criança. Hoje em dia para quem
pega uma criança, o primeiro passo é registrá-la para não se incomodar com os
pais. Quando a criança é registrada no seu próprio nome não é adoção, não é
guarda, não é tutela, não é curatela. Então, a repercussão financeira foi zero.
Eu tinha certeza, como a prática demonstrou, que não ia haver repercussão
financeira nenhuma. Mas mesmo assim o PT entrou na Justiça. mesmo dando-me a
palavra de que não entraria. Por que entraram? Entraram, porque eles tem o
princípio de não dar isenção para ninguém. Em nome do Sr. Fernando, Presidente
do COREN, que me pediu que solicitasse o adiantamento para não se colocar como
intransigência de não-negociação, nós adiamos para não abrir aquelas
contingências para entrarmos em um acordo. Agora, eu gostaria de - se o PT acha
que essa repercussão mínima pode ser alterada no Projeto -, de apresentar
emendas e até alterar, os projetos. Os projetos são passíveis de modificações,
é claro, desde que não desfigurem totalmente o Projeto. E se falou o tempo
todo, aqui, em isenção. Não a isenção total, é isenção de até 96 mil UFIRs, o
que dá oito mil reais; o resto começa a pagar. A tarde toda aqui só se falou em
isenção total, mas não é total.
Eu encaminho favoravelmente ao adiamento, para que se tente uma
negociação, o que não fará mal a ninguém. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a
palavra para encaminhar o Requerimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Temos uma atitude inteligente no Plenário, porque, afinal de
contas, nós dissemos antes: um Projeto como este tem que ser negociado, porque,
se nós fizermos este Projeto passar aqui - e nós poderíamos ter votos
suficientes na oposição para fazê-lo passar, - ele pode receber o Veto do
Prefeito Municipal e ir para um prazo muito longo de negociação e de resistência
por parte do Sr. Prefeito Municipal. Então, é muito mais fácil que partamos
para a negociação. Eu não acredito, Ver. Pedro Américo Leal, pelo que conheço
do Prefeito e pela resistência que ele opôs quando baixamos de 5% para 2%, que
ele aceite a isenção, mas acho que é nossa obrigação tentarmos esta negociação.
A perda de 2% não sei em quanto vai representar para o Município. Vai
representar alguma perda, e desde que o Prefeito Tarso Genro assumiu a
Prefeitura Municipal eu não me lembro de termos passado aqui nenhum projeto de
isenção tributária, mas pode acontecer de conseguirmos, mediante negociação,
essa isenção. Ou, quem sabe, pode até surgir uma negociação que ele aceite.
Então, esse prazo que é dado, de uma semana, para que este Projeto retorne, quem
sabe será aquele prazo vital para que o Projeto não seja fulminado pelos
técnicos fazendários do Município.
Se não for suficiente uma semana, eu acho que há a possibilidade de
fazer um adiamento de cinco sessões. Eu acho que tem que se utilizar todos os
prazos necessários para que o Projeto possa vir a este Plenário com possibilidade de passar por unanimidade, se
for possível. Agora, é claro, esgotados os prazos, esgotadas as possibilidades
de negociação, aí, sim, vai-se para o enfrentamento. Aí é normal; coloca-se o
Projeto, vota-se o Projeto. Eu tenho certeza que tem votos necessários para
passar o projeto aqui; vai ser vetado; vai ser derrubado o Veto, vai para a
Justiça e, então começa uma novela que, realmente, demora um pouquinho para se
chegar ao final. Mas se a gente tem possibilidade de encurtar esse prazo, de
fazer com que essa novela dure menos capítulos, tem-se que fazer exatamente
isso. Eu acho que o caminho correto é pedir primeiramente essas duas Sessões de
adiamento, que vai remeter o Projeto para quarta-feira e, se não for possível a
negociação neste tempo, e se houver a possibilidade de negociação, se continua.
Eu acho que tem que se continuar pedindo novos adiamentos até que se consiga
fazer com que o Projeto venha para este Plenário com todas as condições
necessárias. Muito obrigado. Somos favoráveis ao Requerimento do Ver. Nereu
D’Ávila.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está com
a palavra para encaminhar.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Eu gostaria de uma atenção especial do Líder do PT para algumas
colocações que pretendo fazer. Em primeiro lugar, eu quero dizer que encaminho
favoravelmente ao pedido de adiamento do Ver. Nereu D’Ávila, porque, na
primeira manifestação que fiz, eu havia indicado como um caminho de negociação.
Eu queria, ainda, chamar a atenção do nobre colega Henrique Fontana
sobre o seguinte: vejam bem, se realmente o objetivo desse Projeto, ou dos que
estão apoiando esse Projeto, ou do CORE ou dos representantes comerciais,
fosse, no sentido de um uso político, ou de um uso eleitoral, qual seria a
atitude? Votar hoje para forçar o Veto e em cima disso fazer um trabalho
político! Mas exatamente a atitude daqueles que estão defendendo o Projeto, que
o apresentaram e que o apoiam, é no sentido de adiar a sua votação, porque a
intenção não é política ou eleitoral; a intenção é resolver o problema! Os
fatos falam, às vezes mais que as palavras; a intenção é clara.
Se a votação vai ser antes da eleição ou vai ser depois, nós vamos ver.
O que o Líder do PDT está propondo - adiar duas semanas - responde à ponderação
do Ver. Henrique Fontana de que não tinha conhecimento do Projeto. A Secretaria
está informatizada e em uma semana ela terá condições de analisar a repercussão
orçamentária. Apesar de o Vereador condicionar que essa negociação tem que ser
depois das eleições, isso não está em discussão. Vamos tentar, nessa semana de
prazo que vamos ter, negociar. E eu faço um chamamento ao Líder do PDT para que
se consiga essa negociação esta semana; senão, eu acho que a pedido do Sr.
Presidente ou do Vice-Presidente desta Casa, se solicitaria ao Sr. Prefeito uma
audiência, com as lideranças que estão acompanhando o problema, com os
Vereadores da Casa.
Eu vejo que é um bom caminho, e está demonstrado, por parte dos
representantes comerciais, daqueles que hoje estão concordes, a intenção de
negociar e acertar o problema. Então, se houver intransigência, não será deste
campo.
O meu encaminhamento, por tudo isso, é favorável, e esperamos que a
própria Bancada do Governo, que está preocupada com o pouco prazo para examinar
o problema, a Bancada do PT, também vote favorável. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra para encaminhar pelo PPB.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, a minha Bancada também é favorável ao adiamento por duas Sessões,
até porque se dá ao PT a oportunidade de mostrar a sua boa vontade, a sua
sinceridade e seriedade no trato dos Projetos de Lei que aqui são analisados.
Hoje eu digo que sou favorável, porque na forma do Regimento, na forma
da interpretação da Comissão de Justiça, aprovada pelo Plenário, o Líder do PT,
o autor do Projeto está pedindo o adiamento, diferente do que ocorreu aqui
quando deu toda a alteração na Câmara, quando eu dizia para o Presidente destas
Casa, que Vereador de outra Bancada não podia pedir adiamento, a não ser Líder
da Bancada ou o próprio autor.
Vou votar favoravelmente, até porque eu gosto muito do Regimento que
também diz que a Sessão tem que ser presidida pelo Presidente com o Secretário
presente à Mesa. E nós temos feito a Sessão funcionar sem a presença do
Secretário à Mesa.
Tanto gosto do Regimento que por ele me incomodei na semana passada.
Hoje estou satisfeito com a proposição do Ver. Nereu D’Ávila, porque, inclusive
vamos testar a seriedade, a sinceridade com que o problema está sendo tratado
pela Bancada Petista. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do
Ver. Nereu D’Ávila. A votação será nominal por solicitação do Ver. Dilamar
Machado. (Após a chamada.) APROVADO
por 17 votos SIM.
Estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às 16h56min.)
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